segunda-feira, 30 de maio de 2016

IMBATÍVEL VIDA



"Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundancia... (João 10:10)"
Assim nos falou ao coração, o Cristo amado.
Sua mensagem é um balsamo de vida e vida sem fim.
Sua Ressurreição é o incontestável exemplo que não há morte de fato... apenas a Imortalidade!
Não por acaso o Espiritismo vem nos recordar sua Boa Nova, a fim que possamos renovar nossa coragem e esperanças em meio aos desafios terrenos.
Recordemos, também, o exemplo abnegado de Chico Xavier, que desde a infância trouxe aos em torno de si, o exemplo imbatível da Vida.
Quando Dona Maria João do Deus desencarnou, em 29 de setembro do 1915, Chico Xavier, um de seus nove filhos, foi entregue aos cuidados de Dona Rita do Cássia, velha amiga e madrinha da criança. 
Dona Rita, porém, era obsidiada e, por qualquer bagatela, se destemperava, irritadiça. 
Assim é que o Chico passou a suportar, por dia, várias surras de vara de marmeleiro, recebendo, ainda, a penetração de pontas de garfos no ventre, porque a neurastênica e perversa senhora inventara esse estranho processo do torturar. 
garoto chorava muito, permanecendo, horas e horas, com os garfos dependurados na carne sanguinolenta e corria para o quintal, a fim de desabafar-se, porque a madrinha repetia, nervosa: 

Este menino tem a diabo no corpo. 

Um dia, lembrou-se a criança de que sua Mãezinha orava sempre, todos os dias, ensinando-o a elevar o pensamento a Jesus e sentiu falta da prece que não encontrava em seu novo lar. 
Ajoelhou-se sob velhas bananeiras e pronunciou as palavras do Pai Nosso que aprendera dos lábios maternais. 
Quando terminou, oh! maravilha! 
Sua progenitora, Dona Maria João de Deus, estava perfeitamente viva ao seu lado. 
Chico, que ainda não lidara com as negações e dúvidas dos homens, nem por um instante pensou que a Mãezinha tivesse partido para as sombras da morte. 
Abraçou-a, feliz; e gritou: 

- Mamãe, não me deixe aqui... Carregue-me com a senhora... 

- Não posso, - disse a entidade, triste. 

- Estou apanhando muito, mamãe! 

Dona Maria acariciou-o e explicou: 

- Tenha paciência, meu filho. Você precisa crescer mais forte para o trabalho. E quem não sofre não aprende a lutar. 

- Mas, - tornou a criança - minha madrinha diz que eu estou com o diabo no corpo... 

- Que tem isso? Não se incomode. Tudo passa e se você não mais reclamar, se você tiver paciência, Jesus ajudará para que estejamos sempre juntos. 

Em seguida, desapareceu. 
O pequeno, aflito, chamou-a em vão. 
Desde desse dia, no entanto, passou a receber o contacto de varas e garfos sem revolta e sem lágrimas. 

- Chico é tão cínico - dizia Dona Rita, exasperada, que não chora, nem mesmo a pescoção. 

Porque a criança explicasse ter a alegria de ver sua mãe, sempre que recebia as surras, sem chorar, o pessoal doméstico passou a dizer que ele era um "menino aluado". 
E, diariamente, à tarde, com os vergões na pele e com o sangue a correr-lhe em pequeninos filetes do ventre o pequeno seguia, de olhos enxutos e brilhantes, para o quintal!, a fim de reencontrar a mãezinha querida, sob as velha árvores, vendo-a e ouvindo-a, depois da oração. 
Assim começou a luta espiritual do médium extraordinário que conhecemos. 
E da mesma forma, nos fica a mensagem imortal da Esperança que nos fortifica e revela que a Vida jamais nos deixa só!

      Almas das Andorinhas - Vansan


PENSANDO SOBRE MEDIUNIDADE


Mediunidade não tem manual de instruções

Como faculdade humana, ela apresenta características que podem variar muito de um médium para outro

Por Rita Foelker -  Texto Inédito

Quando adquirimos um televisor na loja, ele vem acompanhado de um manual. Isso, porque televisores são fabricados em série. Todos os aparelhos, de mesma marca e modelo, funcionam igualmente e espera-se que o usuário encontre, no manual, orientações precisas sobre sua operação e controles.

Mas a faculdade mediúnica não pode ser abordada da mesma forma. Não há condutas padronizadas que levem a sentir a presença dos espíritos ou contatá-los e, nem mesmo, sobre como transmitir o que dizem.
A prática da mediunidade durante muito tempo esteve associada a mistério, a rituais ou a certas visões religiosas. Parecia ser algo totalmente dependente de causas e efeitos sobrenaturais, envolvendo pessoas com poderes ou dons especiais, em circunstâncias muito específicas, com formalismos vários. Esse tipo de visão frequentemente contaminou nosso entendimento acerca das reuniões espíritas e dos médiuns, criando padrões de comportamento ritualísticos.

Contudo, a filosofia espírita encara a mediunidade de um modo bastante diferente... Com a publicação de O livro dos médiuns, de Allan Kardec, em 1861, as potencialidades mediúnicas passaram a ser vistas como capacidades humanas naturais, que existem dentro e fora do contexto ritual ou religioso, e que independem de crença religiosa ou filosófica para produzir fenômenos.

Essa naturalidade, no entanto, não padroniza e nem deve levar a entender que a existência da mediunidade em todos os seres humanos significa que ela é igual em todos os seres humanos. Logo, cabe a cada médium entender e aprender a conviver com a sua própria mediunidade.

Desenvolvimento mediúnico natural

O livro dos médiuns contém instruções muito claras para quem deseja bem entender e exercitar a mediunidade. Uma das suas importantes contribuições à compreensão do tema é considerá-la como uma faculdade natural, que deriva de leis presentes na Natureza e que, portanto, não está limitada a certas crenças ou, mesmo, a práticas que visem “concedê-la”, “desenvolvê-la” ou “manifestá-la”.

A rigor, mediunidade é um tipo de sensibilidade que necessita de observação e análise, para ser compreendida e melhor vivenciada, visto ter caracteres distintos de um indivíduo para outro. Aquilo que um médium percebe, o modo como é registrado, física e/ou intelectualmente, o modo como é interpretado e manifestado para outras pessoas está relacionado a características individuais.

Um estudo que oferece um panorama geral da “variedade infinita de matizes” assumidos pela mediunidade está no capítulo XVI da obra citada, “Dos médiuns especiais”. (Destaca-se o termo “infinita”, escolhido por Kardec.) Lá encontramos médiuns para diferentes efeitos físicos e intelectuais; psicógrafos que diferem quanto ao modo como executam a psicografia; médiuns que se distinguem quanto ao nível de desenvolvimento da faculdade; médiuns que recebem mais facilmente comunicações em prosa ou poesia, com maior clareza ou obscuridade nos conceitos transmitidos; que abordam melhor temas filosóficos ou históricos ou, então, temas triviais, incluindo os obscenos; médiuns que são mais lentos ou mais velozes na recepção das comunicações; médiuns que se distinguem por suas qualidades morais, sendo presunçosos, suscetíveis, invejosos, de má-fé, ou então, humildes, devotados, sérios...

Observam-se diferenças também na intensidade dos efeitos que cada médium obtém. E além do mais, dificilmente um médium apresenta um só gênero de faculdade, existindo combinações numerosas possíveis, entre vários tipos mediúnicos, reunidos numa só pessoa.

Em vista disso, O livro dos médiuns não teria como ser um manual de instruções, nem de fórmulas, nem de receitas. Porque mediunidade não se manifesta sempre igual. E, pelo mesmo motivo, quem procura criar fórmulas e receitas para lidar com a mediunidade revela seu desconhecimento sobre a qualidade peculiar da faculdade mediúnica de cada um.


Por meio do estudo e do conhecimento, adquirido em boas leituras, no convívio com outros médiuns e no próprio exercício mediúnico, e pela própria auto-observação, cada qual vai compreendendo que é responsável pelos seus relacionamentos com os espíritos, pelos seus estados mentais e emocionais serem mais um menos influenciados, e, também, pelas comunicações que transmite. Com a experiência, pode aprender a distinguir seus pensamentos e emoções daqueles que provêm da ligação com os espíritos, o que lhe trará um acréscimo em autoconhecimento. Se bem aproveitar a oportunidade, encontrará também na mediunidade uma condição que contribui para a sua própria evolução espiritual.

Texto original:

A VIDA CONTINUA

Levanta e anda. Não creia nas vozes do pessimismo. Mande embora o abatimento. Você conseguirá superar-se. Descobrirá novas alegrias. Encontrará corações que te amam. E experiências mais felizes. Segue, então, tua senda. Nem pense em privar-se de tudo de bom que ainda virá. Não importa as lutas e dissabores. Ou as desilusões e dificuldades. Recorda sempre esta verdade: A VIDA CONTINUA!

domingo, 29 de maio de 2016

UM GIGANTE... DE AMOR!

O caminho do mundo, inúmeras vezes, mostra-se espinhento.
Lutas e desafios que acabam por nos ferir e angustiar.
Quantas vezes é impossível deter as lagrimas... nascidas do mais intimo de nós.
Mas se certas sãos as dores, também é real o balsamo para o coração.
Um doce toque de amor que nos alivia os tormentos d'alma.
Um abraço de paz, que reacende a coragem e a fé.
E este divino consolo esta no Evangelho de Luz trazido-nos pelo Cristo de Deus.
Mesmo os temporais mais tenebrosos acalmam-se perante seu poder renovador.
Quem lhe sentiu a energia espiritual, jamais foi o mesmo. E acaba por tornar-se uma torrente de bom animo, coragem e fé para os irmãos do caminho.
Como é o caso do fascinante Jeronimo Mendonça.
Grande trabalhador, palestrante e escritor espírita, que juntamente com Chico Xavier, seu amigo, trabalhou pelas causas sociais e pela divulgação da doutrina espirita. Jerônimo Mendonça, mesmo paralisado em uma cama ortopédica e cego trabalhava arduamente pelo ideal espírita e, por isso, ficou conhecido como O Gigante Deitado.
Jerônimo é um exemplo de superação e de dedicação ao seu semelhante, revelando o gigante que existem em cada um de nós.
Um certo dia um Senhor foi orientado pela irmã de Jerônimo, para que esse fosse fazer uma visita a seu irmão, e assim o fez. Quando chegou a casa ele foi convidado a entrar e, ouvindo o barulho do pessoal nos fundos da casa, para lá se dirigiu. As gargalhadas do Jerônimo sobressaíam à distância. O homem estava tão desesperado que ao ouvir os risos virou-se a D.Terezinha e disse, revoltado: - “É esse homem que ira me confortar?” Fez-se silêncio o senhor foi chamado e apresentado. – “Jerônimo, aqui está um senhor que veio de São Paulo só para conversar com você. Por certo, desejará fazê-lo sozinho”. Os jovens se retiraram, e o senhor tomou a palavra: - “Olha moço, eu era uma pessoa muito rica até uma semana atrás. Eu tinha uma fazenda com eletricidade, com todo conforto da vida moderna, até campo de aviação. Tinha tudo. Fui tão incauto, que ao fazer a venda da fazenda passei a escritura e recebi uma nota fria”. O Jerônimo estranhou o que era uma nota fria. – “Uma duplicata sem valor. Eu não tive nem condições de reclamar. O advogado falou que era perca de tempo. A minha família antes se tolerava, porque nós conversávamos por bilhetes, eu nos meus weekends, a minha esposa nos seus chás, e os filhos, iam onde queriam. Agora todos, vêm em cima de mim, me cobrando o conforto, me cobrando a fazenda; eu não resisto a essa situação. Estava na farmácia justamente comprando um remédio para dar fim à minha vida, quando apareceu um amigo, que perguntou: Para que você quer isso? Como ele sabia do negócio que eu fiz e do meu desespero, ele falou: Eu não admito que você compre esse remédio! Eu respondi: Como? Você não manda na minha vida! Aí ele me disse: Eu vou deixar, sim,você cuidar de sua vida, se você me prometer que vai conversar com o Jerônimo Mendonça, em Ituiutaba. Eu lhe dou a passagem. Ele me deu a passagem, aqui estou eu, mas acho que eu perdi tempo, porque você é uma pessoa feliz, que não sabe o que é o sofrimento alheio”.
O Jerônimo lhe respondeu:- “Meu amigo, você é uma pessoa que realmente está sofrendo. Você perdeu uma fazenda maravilhosa, mas vamos supor que essa criatura que lhe comprou a fazenda voltasse agora e lhe perguntasse: “Você quer trocar a fazenda por um olho seu?”
-“Ah! Jerônimo, que bobagem é essa, isso é conversa que se fale!”
- “Não, o olho não, o olho é muito precioso, então vamos supor... Um braço”.
- “Ah! Mas que bobagem! Que conversa! Onde já se viu isso?”
-“Oh meu amigo! Eu cheguei à conclusão que você não é pobre, você não é miserável. Você é arquimilionário das bênçãos de Deus.
O homem ao sair dali mudou seu modo de pensar, sempre que podia voltava para trocar idéias com Jerônimo, e acabou se tornando um trabalhador da seara espírita”.
Que todos nós, pelas sendas do mundo, não nos esqueçamos que somos também ricos de bençãos, e por mais escura esteja sendo a estrada, não duvidemos... não tarda a amanhecer!

"Senhor! Ensina-me a ser, enfim, como sou, onde estiver, com quem estiver, um pequeno reflexo do teu infinito amor!"
(Jerônimo Mendonça)


sábado, 28 de maio de 2016

MENSAGEM DA NATUREZA

Atenta para a mensagem silenciosa da Natureza!
A árvore frondosa que te acena.
O caminho florido que te sorri.
A amplidão azul do céu que te acolhe.
O sol glorioso que te abençoa.
Ah, Natureza...
Extraordinário Livro de Deus!
Cada grão de areia que te sustenta os passos...
Cada brisa que te afaga...
São cartas de amor a ti.
Envolvem-te a Vida de esperanças.
Pois não vivemos num vale de lagrimas...
... Mas na luminosa escola da felicidade, que te abraça em cada alvorecer!

UM CASO DE REENCARNAÇÃO...

Recordo de certa entrevista a Chico Xavier, anos atrás, em que questionado sobre a Reencarnação, nos afirmava, convidando a reflexão: "O conhecimento da reencarnação nos ajuda e nos auxiliará muito, se nos dedicarmos a explicar aos nossos descendentes, desde os primeiros anos de vida, as causas dos sofrimentos, das dores…"
Sem duvida, na Reencarnação, encontramos uma porta de entendimento a Vida e as aparentes disparidades que encontramos. Somos imortais e nascendo novamente (revestindo
novos veículos carnais), como afirmava Jesus a Nicodemos (João 3:3), vamos construindo nossa plenitude. Como elucidou Allan Kardec em O Livro dos Espíritos: "Todos os Espíritos também tendem a perfeição, e Deus lhes proporciona os meios de consegui-la, com as provas da vida corpórea. Mas, na sua justiça, permite-lhes realizar, em novas existências, aquilo que não puderam fazer ou acabar numa primeira prova".
Dentro desse convite a uma nova visão de mundo, encontramos precioso relato de um caso de Reencarnação. Na Segunda Grande Guerra, em missão ao longo do Pacífico, um piloto da Marinha americana foi abatido pela artilharia japonesa. Seu nome poderia ter sido esquecido e sua memória não passaria de uma cruz a mais no "Memorial dos Heróis de Guerra", em Washington, de não fosse pelas desconcertantes memórias de um menino chamado James Leininger. Filho único, James, à época com apenas 2 anos, começou a ter pesadelos quase todas as noites e acordar seus pais aos berros, debatendo-se em agonia, gritando frases como: "O avião está em chamas!" A partir de então, o pequeno James passou a transmitir informações detalhadas não apenas em seus pesadelos mas também desperto, enquanto brincava e desenhava, no dia-a-dia da família. Mostrava um conhecimento sobre aviões que jamais lhe havia sido transmitido, passou a revelar nomes e sobrenomes, dados geográficos e até mesmo o que (descobriram mais tarde) seria a designação de um porta-aviões da 2ª Guerra Mundial. Como James poderia deter tantas informações se ainda não estava em idade escolar? Seriam lembranças de situações vividas pelo menino que seus pais desconheciam? Seriam memórias de uma vida passada? Seria mesmo a reencarnação uma hipótese a ser considerada?
    Muito poucas pessoas -- incluindo aqueles que conheceram piloto -- acreditam que James é o soldado reencarnado. Seus pais, Andrea e Bruce, naturalmente céticos, provavelmente eram as pessoas menos susceptíveis a acreditar em tal história. Mas ao longo do tempo, foram convencidos pelas evidencias de que seu filho teve uma vida anterior. Segundo eles, James precocemente demonstrou interesse por aviões (nada surpreendente para um menino americano). Mas quando completou dois anos, passou a ter pesadelos regulares e acordar gritando, pedindo socorro. Andrea diz que a mãe dela foi a primeiro a sugerir que James estava lembrando uma vida passada.
    Certa vez, Andrea comprou-lhe um avião de brinquedo e mostrou ao filho o que parecia ser uma bomba na sua parte inferior. Ela diz que James a corrigiu, revelando o nome técnico do equipamento. Foi justamente quando os pesadelos pioraram, ocorrendo de três a quatro vezes por semana e Andrea decidiu estudar o trabalho da consultora e terapeuta Carol Bowman (autora de "O Amor me trouxe de volta"), que acredita que os mortos, não raro, renascem. Com a orientação de Bowman, eles começaram a incentivar James para compartilhar suas memórias e imediatamente os pesadelos começaram a tornar-se menos frequentes. James também começou a falar mais facilmente sobre seu passado, o que, segundo a autora, é comum em crianças até os cinco anos de idade. "Eles não tiveram o condicionamento cultural ou experiência suficiente nesta vida", disse ela.
    Ao longo do tempo, o menino revelou detalhes sobre a extraordinária vida de um ex-combatente -- principalmente na hora de dormir, quando ele estava sonolento. Dizem que o James disse que o avião tinha sido atingido por japoneses e caiu. Contou também detalhes sobre missões, equipamentos utilizados por um avião tipo Corsair, sobre o porta-aviões do qual arrancou a partir ("Natoma") e o nome de alguém que voou com ele ("Jack Larson"). Após alguma investigação, Bruce descobriu que "Natoma" e Jack Larson eram reais. O "Natoma Baía" foi um pequeno porta-aviões, utilizado no Pacífico durante a Segunda Guerra; e Larson estava morando em Arkansas. A partir de então, desvendar esta história se tornou obsessão de Bruce, pai de James. Ele passou a pesquisar na Internet, consultar registos militares e entrevistar homens que serviram a bordo do "Natoma Baía".
    Seu filho disse que tinha sido "abatido" em Iwo Jima. James também havia assinado um de seus desenhos da infância com a inscrição "James 3." Bruce logo descobriu que o único piloto da esquadra morto em Iwo Jima foi James M. Huston Jr e que sua aeronave tinha recebido uma rajada de balas no motor. Tais informações foram confirmadas por outro piloto, Ralph Clarbour, que fazia a retaguarda naquela operação de guerra e que pilotava ao lado de James M. Huston Jr. durante uma incursão perto de Iwo Jima, em 3 de março de 1945. Clarbour disse que o viu o avião do companheiro ser atingido por fogo antiaéreo. "Eu diria que ele foi atingido na cabeça, bem no meio do motor", disse ele.
    Com tantas evidências, os pais passaram a acreditar que seu filho teve uma vida passada em que ele era James M. Huston Jr. "Ele voltou porque deve terminar alguma coisa, a qual desconhecemos." Mas Paul Kurtz, Professor da Universidade Estadual de Nova York em Buffalo, que dirige uma organização que investiga alegações paranormais, diz que os pais se "auto-enganaram". "Eles são fascinados pelo misterioso e eles construíram um conto de fadas", defende. Com o passar dos anos, as lembranças de
James começam a desvanecer-se, mas sua paixão por aviões persiste."Ele parece ter experimentado alguma coisa que eu não acho que seja única, mas a forma como lhe foi revelado é bastante surpreendente", observa Bruce.
    Apesar dos céticos, este tem sido considerado o caso mais documentado de reencarnação já estudado e a história é tão atraente que virou livro: "A Volta" (Editora BestSeller, 320 pág.) , escrito a seis mãos pelos pais Bruce Leininger e Andrea Scoggin Leininger e pelo romancista Ken Gross.

EM BUSCA DE SENTIDO

Refletindo sobre as dores humanas e o potencial divino que todos possuímos, me veio ao pensamento um dos humanistas mais extraordinários da historia.
Viktor Frankl (1905 -1997) foi um psiquiatra judeu e austríaco perseguido pelos Nazistas na Segunda Guerra Mundial e que passou cerca de 2 anos em um campo de concentração em Dachau, na Alemanha, e Auschwitz, na Polônia.
Frankl, após a libertação em 1945, escreveu uma de suas mais famosas obras, “Em busca de Sentido – Um Psicólogo no Campo de Concentração”[1946] na qual ele retrata, através de uma análise psicológica, a situação dos prisioneiros no Campo de Concentração. O interessante da obra é que ela sai do padrão história do holocausto, pois o autor explora questões psicológicas como: “O que os presos no Campo de Concentração mais sonham a respeito?”, “Quais as necessidades mais importantes para eles enquanto estão no Campo?”, “Como lidam com as circunstâncias extremas que tal ambiente impõem a eles e quais os efeitos psicológicos imediatos e tardios dessas circunstâncias?”entre tantas outras perguntas que muitas pessoas se fazem quando estudam a respeito do Holocausto Nazista.
Frankl não tinha interessa em colocar seu nome na capa da obra, pois não queria ganhar dinheiro com ela; queria apenas divulgar suas impressões e experiências no campo de concentração.
Frankl não só publicou sua obra com suas experiências sobre a vida no campo de concentração, como também fundou uma escola de psicologia – a logoterapia, conhecida como a terceira escola vienense de psicoterapia ( a primeira foi a psicanálise com Freud, e a segunda  foi a Psicologia Individual com Adler, discípulo de Freud).
De acordo com a logoterapia, o ser humano não está completamente sujeito aos seus condicionamentos, mas possui a condição de decidir em face às questões interna (psicológicas) e externas (biológicas e sociais). Liberdade, segundo Frankl, é definida como o espaço da vida de alguém dentro dos limites das possibilidades dadas. Ou seja: mesmo que não se possa mudar as circunstâncias (como estar em um campo de concentração, por exemplo), ainda assim, somos capazes de decidir como reagiremos, como seguiremos em frente, diante dessas circunstâncias. Frankl quer saber: como podemos seguir em frente apesar das condições que afetam atualmente nossas vidas?
Viktor Frankl fala a respeito do indivíduo buscar significado em tudo que vive, em suas experiências, boas ou não. Questionado uma vez muito tempo após sua libertação, a respeito do das limitações fisiológicas do ser humano, ele respondeu: “É verdade. Como professor de neurofisiologia e psiquiatra, compreendo muito bem as limitações fisiológicas do ser humano. Porém, como sobrevivente de um campo de concentração, sei também de tudo que o ser humano pode realizar, apesar as circunstâncias extremas.”
Em verdade, por mais atrozes sejam as lutas que atravessemos, ha em nós algo de fantástico que nos permite vencermos nossas limitações e seguirmos adiante. Como no exemplo de Viktor Frankl, embora as situações difíceis que vivenciamos, podemos escolher o melhor, erguer a fronte, encontrarmos um sentido maior e construirmos nossa autorrealização.
Nós somos mais do que os olhos veem. Allan Kardec, indagando da natureza do ser, questiona em O Livro dos EspíritosComo podemos definir os Espíritos?
E eles lhe respondem: "Podemos dizer que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Eles povoam o Universo, além do mundo material".
Vamos além, muito além, do que se possa imaginar. Somos os seres inteligentes da criação e com potencial de transformarmos nossa Vida para sempre. Recordemos a exortação do Divino Rabi: "Vós sois deuses..." Não duvidemos e, enfrentando de frente nossos problemas, sejamos os vitoriosos ao final!






Everybody Hurts - R.E.M.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

UM EMPURRÃOZINHO...



É certo que a vida é repleta de obstáculos.
Hoje resolve-se um problema... amanhã nos deparamos com um novo.
É natural, já que segundo a orientação dos Espíritos na codificação kardequiana, vivemos num mundo de provas e expiações.
Em O Livro dos Espíritos, questão 132, indaga Allan Kardec: Qual é a finalidade da encarnação dos Espíritos? No que eles lhe respondem: "Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles devem sofrer todas as vicissitudes da existência corpórea..."
Eis que estamos todos, por fim, numa enorme embarcação cósmica, que tem finalidade educativa.
Vivemos numa escola.
Cada experiencia é um processo de aprendizado, visando extrair de cada um de nós o melhor e mais divino.
Por isso, na continuidade da resposta acima, afirmam: "A encarnação tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o Espírito em condições de enfrentar a sua parte na obra da Criação. É para executá-la que ele toma um aparelho em cada mundo, em harmonia com a matéria essencial do mesmo, afim de nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. E dessa maneira, concorrendo para a obra geral, também progredir."
Somos artífices de nossa alegria ou tristeza, sofrimento ou alivio, paz ou guerra... cabe-nos assumir essa poderosa responsabilidade e plasmarmos nosso caminho nos princípios do verdadeiro amor, que dignifica e eleva nossas conquistas. Refletindo, ainda por cima, na senda dos demais companheiros de jornada, já que tudo se encadeia, tudo é solidário no Universo, como afirma Kardec.
Revelemos o melhor de nós e aceitemos as provas de hoje como degrau de luz, erguendo nossas almas para um conceito de prazer e felicidade que ultrapassam as ideias materiais, plenificando nossa alma.
Compreendamos os "empurrõezinhos" que recebamos, como coloca o palestrante Estevão Camolesi, de maneira bem humorada, no exemplo abaixo, e sigamos adiante abraçados pela benção chamada Vida!


A VIDA CHAMA...

Nas horas de crise...
Não te abatas.
Escuta.
A Vida te chama prosseguir.
Tudo se renova.
Momento a momento, as coisas mudam.
Não revolte-se.
Nem tenha medo.
Suporta a provação.
Seja o heroi dos teus dias.
Não ataque e nem fira.
Abençoa...
Torne-se, em fim, um avatar da paz dentro da Vida!

terça-feira, 24 de maio de 2016

CONVIDAMOS COM AMOR...


O CENTRO ESPÍRITA APRENDIZES DO EVANGELHO, CONVIDA:
Todas as quartas-feiras, a partir das 20:00 horas, EVANGELHO E PASSES, nas reuniões publicas deste grupo de amor.
Nesta quarta-feira, dia 25/05, será abordado o tema: "TEM COMPAIXÃO DE MIM".
Sejam quais sejam tuas lutas, tem fé em Deus... o Amor te abraça a onde for. E se amardes teus irmãos do caminho, jamais conhecerás a solidão!
Venham participar, sentir a Eterna Benção aos corações!
Rua D. Pedro I nº 942, JD. Imperial, Sabino/ SP.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mateus 5:7)
"Qual te ocorre, todos eles carregam consigo necessidades e lágrimas." (Meimei)
"Observarás a dor de mil faces, estendendo-te as mãos, à procura da migalha de fraternidade e carinho." (Emmanuel)

domingo, 22 de maio de 2016

ECOLOGIA E ESPIRITISMO


Escrito por André Trigueiro

Ao longo de 92 anos de existência, Francisco Cândido Xavier testemunhou a mais impressionante transformação já ocorrida na História da humanidade num intervalo de tempo tão curto. Em 1910, quando Chico nasceu na pequena Pedro Leopoldo (MG), o mundo somava pouco mais de um bilhão de habitantes que se concentravam no meio rural (o Brasil tinha apenas 24 milhões de habitantes), e as expressões “meio ambiente” e “desenvolvimento sustentável” sequer existiam, como também inexistia “legislação ambiental”. Desenvolvimento era sinônimo de fumaça. Progresso não combinava com a proteção dos recursos naturais.
Chico foi contemporâneo de um século em que a humanidade se descobriu ameaçada pela própria Humanidade, com a destruição sistemática dos recursos naturais não renováveis fundamentais à vida. A industrialização acelerada e caótica, a produção monumental de lixo, o desaparecimento da água doce e limpa em estado natural, a destruição das florestas, a desertificação do solo, a transgenia irresponsável se somam a tantos outros efeitos colaterais de um modelo de desenvolvimento que foi descrito na Rio 92 como “ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”.
Através da mediunidade de Chico Xavier, os espíritos André Luiz e Emmanuel – especialmente estes – nos ajudaram a compreender a complexidade do sistema Terra e a necessidade de melhor cuidarmos de nossa casa planetária muito antes desse modelo de desenvolvimento começar a ser questionado. Em A caminho da luz, publicado em 1938, Emmanuel confirma as diferentes etapas da constituição física do planeta sob os cuidados de uma “comunidade de espíritos puros e eleitos pelo Senhor Supremo do universo”, dos quais se destaca a figura excelsa de Jesus. A obra revela como as forças da natureza, assim comumente denominadas, constituíam um imenso laboratório cósmico onde espíritos de luz determinavam as melhores condições para o aparecimento da vida na Terra.
No programa Pinga-Fogo, exibido em julho de 1971 na TV Tupi, Chico adverte para o poder que a Humanidade possui para “modificar a criação de Deus”, e assevera que “nós nos encontramos no limiar de uma era extraordinária, se nos mostrarmos capacitados coletivamente a recebê-la com a dignidade devida”. Era um chamamento à responsabilidade. Não basta mudar a realidade que nos cerca, é preciso fazê-lo com ética, discernimento e respeito à vida.
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Se a Ecologia nos ensina a enxergar sistemicamente, ou seja, a perceber que todos os fenômenos do universo são interligados, interdependentes e interagem o tempo inteiro, Chico eternizou este ensinamento em vários textos psicografados. É o caso do livro Ideal espírita (1963), quando André Luiz nos lembra dos ensinamentos contidos na simples observação dos fenômenos naturais. “Retiremos dos cenários naturais as lições indispensáveis à vida. Somos interdependentes. Não viveremos em paz sem construir a paz dos outros”. Hoje sabemos – e os exemplos saltam aos olhos em várias partes do mundo – que a escassez de recursos naturais precipita cenários de disputas, conflitos e guerras. Não por
outra razão, em duas oportunidades distintas, o Prêmio Nobel da Paz foi conferido a ambientalistas ou instituições comprometidas com o meio ambiente: em 2004 para a queniana Wangari Maathai, e em 2007 para o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, juntamente com o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU).
Chico praticava uma relação de equilíbrio e o uso sustentável dos recursos muito antes do “ecologicamente correto” ganhar prestígio. Nos tempos difíceis de Pedro Leopoldo, “Chico preenchia as páginas em branco com textos assinados por seu guia, passava a limpo os originais, datilografava tudo na máquina emprestada pelo patrão e apagava o que tinha sido escrito a lápis para reaproveitar o papel”, como informa um de seus biógrafos, Marcel Souto Maior. O primeiro encontro com seu guia e mentor espiritual, Emmanuel, se deu justamente no açude de Pedro Leopoldo, um refúgio natural para o jovem médium, que buscava ali a trégua necessária para as muitas atribulações do dia a dia.
Décadas depois, já em Uberaba, instituiu as reuniões doutrinárias à sombra do abacateiro, sempre aos sábados, às duas da tarde. Sem o formalismo que tanto o incomodava, Chico buscava debaixo da árvore frondosa o ambiente propício para reuniões mais alegres e descontraídas, junto à multidão sedenta de atenção e amparo.
Também em Uberaba, Chico cuidava com especial desvelo de sua roseira. Para ele, não eram apenas flores, mas um autêntico cinturão balsâmico de que a espiritualidade se utilizava para diversos trabalhos de cura e revitalização dos frequentadores da instituição. Eram também companheiras de jornada, com quem ele conversava e exibia com orgulho paterno para seus visitantes.
O legado de Chico Xavier para a melhor compreensão de nossas relações com o meio ambiente – tanto no plano material como no campo sutil – está longe de ser totalmente compreendido. A obra deste grande médium nos descortina novos e amplos horizontes de investigação que nos revelam como a evolução da Humanidade passa impreterivelmente pela nossa capacidade de percebermos o quanto o meio ambiente começa no meio da gente.

Publicado no Jornal Correio Fraterno edição 420  - agosto/setembro de 2011

LEMBRANÇA À UM ROMANCISTA

"O Espiritismo é o acontecimento mais notável do século XIX" (Victor Hugo)

Victor Hugo, grande nome da literatura francesa, nasceu em 1802 e veio a desencarnar em 1885, com 83 anos de idade. Escreveu 22 livros de poesias, até hoje recitadas pelos franceses e ensinadas nas escolas; 08 romances, dentre os quais os memoráveis "Os Miseráveis" e "O Corcunda de Notre-Dame", ambos com incontáveis adaptações para o cinema e o teatro; 14 peças de teatro, sendo que várias delas não param de ser encenadas; mais 15 volumes de prosa em não-ficção,
ensaios, diários, artigos políticos, entre outros.

Conhecido por seu devotamento às causas sociais , fosse em seus discursos ou nas obras literárias, levou-o a defender a paz universal, os direitos das crianças e dos homens, a abolição da pena de morte e o progresso social.
A crença em Deus é uma constante em seu pensamento. Para ele, não havia espaço para a fé cega, mas para o exercício do pensamento, da dúvida, da razão: "Deus é o astro de amor brilhando no infinito e visível pelos olho da alma."

Victor Hugo foi um dos precursores do Espiritismo na França. Seu contato inicial com fenômenos mediúnicos foi em 1853, antes mesmo de Allan Kardec, quando, durante um exílio em Jersey junto com sua família, pode observar as chamadas "mesas girantes" nas reuniões de Madame Emile de Girardin. Inclusive, no item 144 do livro dos Médiuns o próprio Kardec homenageia esta precursora, chamando tal fenômeno de "mesas Giradin."

Apesar de Victor Hugo preocupar-se em não deixar se influenciar por tais experiências, a comunicação com os mortos transformou sensivelmente seus valores e portanto sua obra.

Emannuel Godo, no livro "Victor Hugo et Dieu", afirma que o contato de VH com as mesas girantes trouxe-lhe não somente a certeza da existência como da presença tangível dos Espíritos. A partir daquela época, o próprio escritor passou a vivenciar fenômenos dentro de sua casa como ruídos, visões e premonições, como comprovam as anotações pessoais de sua agenda, guardada atualmente na Biblioteca Nacional de Paris.

Em 1899 Camille Flammarion afirmou, em "Les Annales Politiques et Litteraires", que VH, alguns anos antes de sua morte, havia confessado que jamais deixou de acreditar nas manifestações dos espíritos. Ele mesmo escreveu o seguinte sobre os fenômenos em geral (sonambulismo, visões, mesas girantes, entre outros):
"Se abandonardes os fatos, tomai cuidado, os charlatões ai se alojarão, e os imbecis também. Não há meio termo: ou ciência ou ignorância. Se a ciência não quiser estes fatos, a ignorância os tomará. Se vos recusais a engrandecer." Os Miseráveis foi publicado pela primeira vez, na França, em 1862. Transformou-se logo em sucesso e foi traduzido para diversas línguas. A obra fala de injustiça social e de como, ainda nesse meio, há possibilidade de transformação graças à bondade que sobrevive. É um verdadeiro clássico, pois apesar de ter sido escrito no século XIX, continua a ultrapassar barreiras de tempo e espaço, tocando pessoas do mundo todo. Os personagens do livro são muitos próximos daqueles com os quais nos deparamos diariamente. 

Enfim, Os Miseráveis é um livro que alia a sabedoria no uso da língua à profundidade de um tema. É uma obra na qual são relatados interesses e atitudes mesquinhas, mas também grandes gestos de desprendimento e bondade.

(22/05/1885 - Em Paris, França, desencarna o romancista e espirita Victor Hugo)

FATALMENTE FELIZ

Amigo...
Não existe fatalidade.
A não ser a de ser feliz.
És livre.
E és o artífice de teu destino.
Apenas em tuas mãos esta a Vida.
Coisa alguma pode mudar isto.
O mal não podem fazer-te.
A menos que o convide, praticando-o.
Tem fé.
Inspira-te na ética da benevolência.
Verá nova estrada formar-se diante de ti, refletindo as virtudes de tua alma!

sábado, 21 de maio de 2016

PALAVRAS DO QUERIDO CHICO XAVIER


Um dos maiores exemplos humanos que já tivemos em nossa pátria, foi o do querido Francisco Cândido Xavier. Respeitado não somente pelos adeptos do Espiritismo, Chico é tido com muito carinho por todos que lhe conheceram o exemplo de dignidade e amor ao próximo. Saudosos de sua ternura impar, trazemos hoje trecho de entrevista realizada pelo repórter Realindo Jr., quando da visita do médium a Franca (SP), publicada pelo jornal “Comércio da Franca” a 22 de maio de 1971. Que nos sirva de inspiração fraterna a todos!

 Insatisfação do mundo atual


P — O que os Espíritos têm dito a respeito da insatisfação do mundo de hoje?
R — Os nossos guias espirituais traduzem a nossa insatisfação, no mundo inteiro, como sendo a ausência de Jesus Cristo em nossos Corações.
Quando nos adaptarmos em definitivo ao espírito da doutrina para a vivência cristã, em nossas relações mútuas, toda insatisfação desaparecerá, porque estabelecida a paz em nossa consciência com o nosso dever cumprido, as próprias doenças naturalmente recuarão, pois muitas delas são simples consequências de nossos desajustes espirituais, em decorrência de nosso afastamento de Cristo, como luz divina para os nossos corações.
Estamos nos referindo não só ao Espiritismo Evangélico, mas a todo o Cristianismo, a todas as escolas cristãs.
Os cristãos têm necessidade nessa união em torno da verdade. Nós precisamos do Cristo.



 Os tempos estão chegados


P — Os espíritas dizem sobre a transição de nosso planeta: “Os tempos estão chegados”. O que diria Chico Xavier a esse respeito?
R — Sim, chegados para um maior conhecimento da verdade, com o patrocínio da Ciência.
Cada um de nós, no entanto tem sofrido impactos muito grandes dessas mesmas verdades, por falta de Cristo em nosso coração, e nós não estamos sabendo aliar o coração ao cérebro.
Temos uma inteligência talvez excessivamente cientifista, mas o coração um tanto quanto retardado. Precisamos desalojar o ódio, a inveja, o ciúme, a discórdia de nós mesmos, para que possamos chegar à uma solução em matéria de paz, de modo a sentirmos que “os tempos estão chegados”, para a felicidade humana.



 A juventude de hoje


P — Como o Sr. vê a juventude atual?
R — Eu creio na juventude como sendo a esperança não só do Brasil como do mundo inteiro.
A acusação que pesa sobre a chamada juventude transviada, eu quero crer que não procede, porque o número de jovens que se dedicam ao trabalho, ao estudo, à dignidade humana e à sua própria respeitabilidade no cumprimento de seus deveres, é ilimitado, e não podemos sacrificar essa maioria extraordinariamente maravilhosa, principalmente a juventude brasileira que conhecemos muito bem, à essa minoria, que em todos os tempos foi a minoria dos espíritos rebeldes, no campo da humanidade.



 Obsessões


P — O que diria sobre o grande número de obsessões?
R — Consideramos ainda o caso da insatisfação.
Nós perdemos o contato com Cristo, que é a Luz Divina para a nossa consciência e, de imediato, criamos tomadas para o domínio das sombras.
Aí, a obsessão pode surgir. Surgir com os traumas psicológicos, com as doenças mentais que estão devidamente catalogadas pela medicina para tratamento adequado.
Mas, creio que se nós nos ajustarmos aos princípios evangélicos respeitando-nos mutuamente, cada qual no seu setor, com o cumprimento dos nossos deveres, a obsessão também diminuirá, caminhando para o desaparecimento completo.

Zé Arigó


P — Como vê as críticas em torno do nome de Zé Arigó?
R — Considero José Arigó como qualquer médium na Terra, como um ser humano, suscetível de cair em erros, mas sempre considerei Arigó como uma pessoa de muito respeito.
Se somarmos os bens que ele nos deixou e fizermos o confronto com os possíveis erros que tenha praticado, teremos um saldo que não podemos olvidar. O caso é de sensacionalismo de imprensa.
Precisaríamos de devassar uma consciência que é de Zé Arigó, que só pertence a Deus. Então seria interessante ouvir o novo irmão José Arigó, quando neste mundo, mas não sacar contra o amigo morto os ataques que estão sendo levados a efeito.

Mediunidade consciente


P — O Sr. tem conhecimento das mensagens recebidas no exato momento, em que a recebe, ou somente depois que as lê?
R — Normalmente, eu não tenho conhecimento do assunto. Leio a mensagem quanto qualquer leitor.
Agora, sobre a produção da mensagem, existem horários estabelecidos pelos amigos espirituais.
A determinadas horas, temos sessões públicas, a determinadas horas temos encontros espirituais particulares para a formação de livros. Fico então sabendo que vamos ter esses encontros. Mas o teor da mensagem eu só conheço depois de recebida.

Prova da reencarnação


P — Qual a maior prova concreta que Francisco Cândido Xavier aponta sobre a reencarnação?
R — A lógica para compreendermos a desigualdade no campo das criaturas humanas.
Por que é que uns renascem sofrendo em condições muito mais difíceis do que os outros? Não podemos admitir a injustiça divina! Deus é a justiça suprema. Portanto, nós devemos a nós mesmos a consequência dos nossos desajustes.
Se eu pratiquei um crime, se lesei alguém, é natural que não tendo pago a minha dívida moral, durante o espaço curto de uma existência, é justo que eu faça esse resgate em outra existência, porque de outro modo, compreenderíamos Deus como um ditador, distribuindo medalhas para uns e chagas para outros, o que é inadmissível.