quinta-feira, 30 de junho de 2016

A ALEGRIA DOS OUTROS


Um jovem, muito inteligente, certa feita se aproximou de Chico Xavier e indagou-lhe:
Chico, eu quero que você formule uma pergunta ao seu guia espiritual, Emmanuel, pois eu necessito muito de orientação.
Eu sinto um vazio enorme dentro do meu coração. O que me falta, meu amigo?
Eu tenho uma profissão que me garante altos rendimentos, uma casa muito confortável, uma família ajustada, o trabalho na Doutrina Espírita como médium, mas sinto que ainda falta alguma coisa.
O que me falta, Chico?
O médium, olhando-o profundamente, ouviu a voz de Emmanuel que lhe respondeu:
Fale a ele, Chico, que o que lhe falta é a "alegria dos outros"! Ele vive sufocado com muitas coisas materiais. É necessário repartir, distribuir para o próximo...
A alegria de repartir com os outros tem um poder superior, que proporciona a alegria de volta àquele que a distribui.
É isto que está lhe fazendo falta, meu filho: a "alegria dos outros".


Será que já paramos para refletir que todas as grandes almas, que transitam pela Terra, estiveram intimamente ligadas com algum tipo de doação?
Será que já percebemos que a caridade esteve presente na vida de todos esses expoentes, missionários que habitaram o planeta?

Sim, todos os Espíritos elevados trazem como objetivo a alegria dos outros.

Não se refere o termo, obviamente, à alegria passageira do mundo, que se confunde com euforia, com a satisfação de prazeres imediatos.
Não, essa alegria dos outros, mencionada por Emmanuel, é gerada por aqueles que se doam ao próximo, é criada quando o outro percebe que nos importamos com ele.
É quando o coração sorri, de gratidão, sentindo-se amparado por uma força maior, que conta com as mãos carinhosas de todos os homens e mulheres de bem.
Possivelmente, em algum momento, já percebemos como nos faz bem essa alegria dos outros, quando, de alguma forma conseguimos lhes ser úteis, nas pequenas e grandes questões da vida.

Esse júbilo alheio nos preenche o coração de uma forma indescritível. Não conseguimos narrar, não conseguimos colocar em palavras o que se passa em nossa alma, quando nos invade uma certa paz de consciência por termos feito o bem, de alguma maneira.
É a Lei maior de amor, a Lei soberana do Universo, que da varanda de nossa consciência exala seu perfume inigualável de felicidade.
Toda vez que levamos alegria aos outros a consciência nos abraça, feliz e exuberante, segredando, ao pé de ouvido: É este o caminho... Continue...

Sejamos nós os que carreguemos sempre o amor nas mãos, distribuindo-o pelo caminho como quem semeia as árvores que nos farão sombra nos dias difíceis e escaldantes.

Sejamos os que carreguemos o amor nos olhos, desejando o bem a todos que passam por nós, purificando a atmosfera tão pesada dos dias de violência atuais.

E lembremos: a alegria dos outros construirá a nossa felicidade!

"Um Elo de Amor e Fraternidade" - Vansan

terça-feira, 28 de junho de 2016

O VERDADEIRO PODER


Tenho aprendido com as experiencias do cotidiano, que grandeza e poder nada tem a ver com conquistas monetárias, aquisições materiais, status e fama.
Muito pelo contrario, esses quesitos demonstram-se por demais perecíveis, transitórios...
Já os valores íntimos, é um caso diferente.
A ética, a dignidade, a fé, a compaixão... revelam-se poderes extraordinários, capazes de transformar a própria Vida.
Grande, realmente, é o ser que se dispõe a vencer-se.
Melhorar-se, ampliando sua visão de mundo, de vida, de sentido.
Quando vivemos ainda atrelados apenas a instintos, reagindo perante as dificuldades e não agindo, modificando-as em nosso favor, estaremos permitindo a nossa parada, o estacionar no caminho do progresso.
Afirma Allan Kardec, codificador da doutrina Espirita, que todos avançamos para o melhor, seguindo do átomo ao arcanjo.
Este é o caminho humano.
Podemos estacionar, nunca regredir.
E a hora que atravessamos, prossegue nos convidando a dar uma passo a mais.
Temos visto... o orgulho e o egoismo atravancam o progresso. Atam os homens em amarras de disputas, ódios, e ganancias vãs.
Mas onde encontramos o exemplos de amor, observamos despontar uma nova era de harmonia e felicidade.
Atentemos para a realeza da alma, onde brilha a riqueza das virtudes.
Ela - a alma - é imperecível.
O Amor é sua grande potencia.
Vejamos que os reis e conquistadores da historia, foram-se com a poeira do tempo... tempo, esse sábio mudo.
No entanto, os que souberam amar e bem querer, auxiliar e compreender, perdoar e elevar, ficaram registrados no coração humano. Basta lembremos os relatos dos chamados santos, mártires, homens e mulheres de bem, de todas as épocas humanas.
Tocaram as consciências de forma inesquecível, pois que souberam alcançar-lhes pelo intimo.
Demonstraram, na pratica, onde esta a verdadeira força.
Nos mais profundos valores do coração.
Vem a memoria, tocada pelo exemplo de coragem e ternura, a figura de Antuza Ferreira Martins.
Mineira de disposição radiante, que encantava com sua bondade.
Médium de vibrante capacidade curativa pela imposição das mãos. 
Desde os 4 anos de idade, em decorrência de uma meningite, tornou-se fisicamente surda e muda. Ainda assim, ouvia ao longe as aflições humanas, pois as captava com a alma. 
No Ponto Bezerra de Menezes, em Uberaba/MG, pelos idos de 1919, em sua juventude, já trabalhava em prol dos que sofriam, junto a outros corações fraternos,
Os que a conheceram relatam seu olhar sereno, profundo, capaz de alcançar os escaninhos mais íntimos do ser. Quantos não iam em busca de suas mãos carinhosas, mãos de luz.
Eram socorridos em suas enfermidades e angustias pela sua compaixão, capaz de irradiar doce magnetismo, confortando corpo e alma. 
A seu respeito, o nosso estimado Chico Xavier já se pronunciou em diversas ocasiões, tendo, inclusive, afirmado trazer Antuza "o remédio nas mãos".
Relata-se certo caso complexo de obsessão espiritual atendido por seu carinho.

Um moça vinda do estado de Mato Grosso chegou até a casa da Antuza andando de “quatro”, isto é
como um quadrúpede, sem falar e sem consciência de si mesmo. A família já havia procurado inúmeros médicos sem resultados. 

Antuza “conversou” com o espírito que a obsedava, fez gestos indicando a ele que se retirasse, fosse embora e em alguns minutos a moça se levantou e perguntou ao pai que a acompanhava: 
- Onde estamos? O que estamos fazendo aqui? 
Na sessão de desobsessão que ocorria à noite no Barracão, dois espíritos vingadores da moça foram doutrinados: haviam sido torturados e mortos por ordem dela quando eram seus escravos e a perseguiam desde então. Faziam-na ficar como um animal e montavam sobre ela, fazendo-a conduzi-los no “lombo”, entre outras coisas.
Mas onde ha fé e amor, nada é impossível. Tudo é capaz de renovar-se.
Antuza, uma "baixinha" de um metro e alguns quebrados de altura, mas um espírito gigante na seara evangélica foi, sem dúvida alguma, uma das mais legítimas representantes da mediunidade com Jesus!
E não podemos duvidar, é um dos exemplos notáveis que o único poder imbatível é o que nasce da vontade ardente em fazer o bem e da fé constante na bondade de Deus!

segunda-feira, 27 de junho de 2016

OS ANIMAIS E O HOMEM



Aconteceu em junho de 2013 e a notícia foi veiculada internacionalmente, tornando celebridade uma menina indiana, de apenas quatorze anos de idade.
Nos últimos dez anos, muitos conflitos aconteceram entre elefantes e homens, no centro e no leste da Índia, resultando na morte de duzentos elefantes e oitocentas pessoas.
Quando a área residencial da cidade de Rourkela foi invadida por uma manada de onze elefantes, vinda de florestas próximas, o pânico tomou conta da população.
As autoridades tentaram conter a manada, sem sucesso. Finalmente, conseguiram direcionar os elefantes para um estádio de futebol.
O que fazer com eles, como levá-los de volta para a floresta era a grande dificuldade.
Foi quando Nirmala Toppo foi lembrada. Corria a notícia de que uma menina camponesa, que vivia na cidade próxima de Jharkhand, falava com os elefantes.
Ela veio, acompanhada do pai e outros membros da tribo. Foi até a manada e a levou de volta à floresta, caminhando com ela durante horas.
Como consequência, teve bolhas e infecções nos pés e nas pernas, necessitando, em seu retorno, de internamento hospitalar para o devido tratamento.
Não há provas científicas, alegam muitos, de que elefantes selvagens consigam entender humanos.
Alguns comentam que certas tribos convivem há tanto tempo com animais selvagens, inclusive elefantes, que conseguem se entender com eles.
O fato é que, quando elefantes invadem uma aldeia e destroem colheitas, os moradores pedem ajuda a Nirmala. E ela sempre tem sucesso.
A menina teve sua mãe morta por elefantes selvagens, o que a levou a desenvolver técnicas para afastá-los das regiões povoadas.
Ela alega conversar com os animais no dialeto de sua tribo, Mundaari, e consegue persuadi-los a voltar para o seu lugar de origem.
Com a ajuda do pai e de um grupo de garotos de sua aldeia, eles cercam a manada.
Então, Nirmala ora e depois fala aos elefantes: Esta não é a casa de vocês. Vocês precisam voltar para seu lugar.

Sempre haverá os que não creem e tudo creditam a crendices de tribos não muito instruídas.

Contudo, recordamos que, no Século XII andou pelas terras da Europa um personagem peculiar, conhecido como o Cristo da Idade Média. Seu nome era Francisco de Assis.
Célebre é o seu discurso às aves, nos arredores de Assis, na estrada entre Bevagna e Cannara, no seu retorno de Roma, após ter falado com o Papa Inocêncio III.
E outro Francisco, o mineiro Xavier, não falava somente com cães e gatos, que demonstravam compreendê-lo, quanto falou com formigas, pedindo que se retirassem das roseiras de sua casa.
Alertou-as que, no dia seguinte, seu amigo intencionava matá-las, e elas foram embora.

Tudo em a natureza se encadeia por elos que ainda não podemos compreender. Os animais têm suas formas de comunicação entre si.
Colocados para servir ao homem, achando-se a ele submetidos, por que não o poderiam compreender?

Não dão mostras disso os nossos animais de estimação, que, dizemos, nos entendem?

Quanto ainda temos a aprender em termos de natureza, a respeito da grande inter-relação que há entre todas as coisas, desse grande encadeamento entre todos os seres, obra do mesmo Pai.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/10/131030_encantadora_elefantes_india_pai

Doce Sentir, na voz de Elizabete Lacerda

sábado, 25 de junho de 2016

SOLIDÃO



Todos que estamos matriculados na escola terrena seguimos, ainda que não saibamos, para a felicidade!
Ainda assim, ha horas de desafios e problemas. Situações de conflito e dor.
Quem de nós já também não experimentou períodos de solidão.
Aquela sensação de vazio, ainda que em meio a multidão.
Onde os que sorriam conosco antes? E aqueles abraços de corações amigos que nos confortavam?
E os que partilhavam o pão conosco e se foram?
Dias de provas acerbas, de espinhos dolorosos, de incompreensões e amargor.
Em torno o silencio...
Mas, se apesar da dor, observarmos com atenção, perceberemos uma doce claridade sobre nós.
Pois que, ninguém, de fato, está completamente sozinho.
Não quando compreendemos a Bondade de Deus.
Ha amores invisíveis aos nossos olhos, mas que nos cercam com ternura e esperança.
Como proferem os Espíritos São Luiz e Santo Agostinho: Sim, onde quer que estejais, estarão convosco. Nem nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão, nem na solidão, estais separados desses amigos a quem não podeis ver, mas cujo brando influxo vossa alma sente, ao mesmo tempo que lhes ouve os ponderados conselhos”. (questão 495 de “O Livro dos Espíritos”)
Sim, almas enviadas de Deus nos cercam e envolvem em sua luz, estimulando a paciência e a fé.
Ou seja, de uma perspectiva espiritual a verdadeira solidão não existe. Falamos, do ponto de vista psicológico, de sentimentos de solidão: aquele que se caracteriza por um estado de quietude interna, onde a criatura entra em contato com sua própria essência e sente-se em paz; ou aqueloutro que se manifesta através da tristeza de sentir-se só.
Mesmos essa solidão angustiante é um convite ao nosso melhor.
Segundo Hammed (em “As Dores da Alma” por Francisco do Espírito Santo Neto), o primeiro trata-se de importante momento de reflexão, onde exercitamos o aprendizado que nos levará a abrir um canal receptivo à consciência divina. O segundo relaciona-se aos nossos conflitos internos.
Somos chamados a aprender a vencer nós mesmos, nossas vaidades, orgulhos, preconceitos...
Abençoada solidão que nos dá oportunidade de rever conceitos e abrir o coração.
Como esclarece Emmanuel, no Livro "Fonte Viva", psicografia do amado Chico Xavier: "Choramos, indagamos e sofremos... Contudo, que espécie de renascimento não será doloroso? A ave, para libertar-se, destrói o berço da casca em que se formou, e a semente, para produzir, sofre a dilaceração na cova desconhecida. A solidão com o serviço aos semelhantes gera a grandeza. A rocha que sustenta a planície costuma viver isolada e o sol que alimenta o mundo inteiro brilha sozinho. Não nos cansemos de aprender a ciência da elevação. Lembremo-nos do Senhor Jesus que escalou o Calvário, com a cruz aos ombros feridos. Ninguém O seguiu na morte afrontosa, à exceção de dois malfeitores, constrangidos à punição, em obediência à justiça."
Sim, que belo ensinamento de Emmanuel... 
Saibamos enfrentar a cruz de nossos testemunhos, abrandando os sofrimentos com o coração repleto de amor. Como afirma constantemente o orador e médium Divaldo Franco, quem é solidário jamais será solitário!
Certa feita, perguntado sobre quem mais sofre no mundo, respondeu Chico Xavier: "Quem mais sofre no mundo é quem tem mais tempo para si mesmo. Quando o sofrimento alheio nos incomoda, o nosso não nos incomoda tanto… Eu tinha que ir para o “Luiz Gonzaga” escutar o povo; escutando aquela fila, acabava me convencendo de que o que eu sofria não era nada…"
Em verdade, temos tesouros de amor na alma.
Embora tenhamos tidos dissabores, decepções, abandonos... façamos uso dessa riqueza interior.
Ha tanta fome de carinho, tanta sede de paz pelos caminhos do mundo.
Superemos nossa aflição, enxugando a lagrima de alguém e nunca mais sentiremo-nos sozinhos, pois aonde quer que nossos passos nos conduzam, teremos um irmão para abraçar e amar!

"Solidão" - Alceu Valença


NÃO CONSTA...


Francisco, o pobrezinho de Assis, estava doente e febril.
O frio da Úmbria afetara-lhe os pulmões, naqueles dias de intensa nevasca.
Tremendo sob trapos, à guisa de cobertores, o inesquecível poverello era, sem dúvida, o retrato do abatimento pelas muitas privações a que se vinha submetendo na reconstrução espiritual da igreja.
- Pai Francisco - dizia-lhe Frei Leão, o amigo que velava por ele à cabeceira de improvisado leito -, não se exponha tanto assim... O senhor ultimamente não vem desfrutando de boa saúde...
Está tremulo, de passos vacilantes... o que será da nossa Ordem sem a sua presença?!... Peço-lhe que seja mais comedido... Cuide-se, alimente-se melhor... A sua infecção nos olhos não quer ceder... Agora, essa febre que não passa....
Com a humildade que o caracterizava, Francisco respondia:
- Não se preocupe, Cordeirinho.. Eu estou bem... Logo retomaremos as nossas andanças... Ainda temos muito que fazer... Tranquilize os nosso irmãos... Não estou me sentindo tão exaurido assim... O Senhor conta conosco e não podemos decepcioná-lo...
- Mas - argumentava Frei Leão, preocupado com o companheiro que definhava a olhos vistos - o senhor já tem feito bastante... Graças ao seu esforço, o nosso rebanho está aumentando... Não seria aconselhável, pelo menos por enquanto, diminuir o seu ritmo de trabalho?...
Erguendo a destra e alisando os cabelos de Frei Leão, Francisco respondeu com um sorriso que lhe aflorou aos lábios descorados:
- O problema, Cordeirinho, é que, quando se trata do Amor com que nos devemos amar uns aos outros, a palavra basta não consta do dicionario de Deus!...

Espirito Ramiro Gama
Médium Carlos A. Baccelli
Livro "Vida de Médium"

sexta-feira, 24 de junho de 2016

PERANTE O SEXO



Nunca escarneça do sexo, porque o sexo é manancial de criação divina, que não pode se responsabilizar pelos abusos daqueles que o deslustram.
Psicologicamente, cada pessoa conserva, em matéria de sexo, problemática diferente.
 Em qualquer área do sexo, reflita antes de se comprometer, de vez que a palavra empenhada gera vínculos no espírito.
Não tente padronizar as necessidades afetivas dos outros por suas necessidades afetivas, porquanto embora o amor seja luz uniforme e sublime em todos, o entendimento e posição do amor se graduam de mil modos na senda evolutiva.
Use a consciência, sempre que se decidir ao emprego de suas faculdades genésicas, imunizando-se contra os males da culpa.
Em toda comunicação afetiva, recorde a regra áurea: “não faça a outrem o que não deseja que outrem lhe faça”. 
O trabalho digno que lhe assegure a própria subsistência é sólida garantia contra a prostituição.
Não arme ciladas para ninguém, notadamente nos caminhos do afeto, porque você se precipitará dentro delas.
Não queira a sua felicidade ao preço do alheio infortúnio, porque todo desequilíbrio da afeição desvairada será corrigido, à custa da afeição torturada, através da reencarnação.
Se alguém errou na experiência sexual, consulte o próprio íntimo e verifique se você não teria incorrido no mesmo erro se tivesse oportunidade.
Não julgue os supostos desajustamentos ou as falhas reconhecidas do sexo e sim respeite as manifestações sexuais do próximo, tanto quanto você pede respeito para aquelas que lhe caracterizam a existência, considerando que a comunhão sexual é sempre assunto íntimo entre duas pessoas, e, vendo duas pessoas unidas, você nunca pode afirmar com certeza o que fazem; e, se a denúncia quanto à vida sexual de alguém é formulada por parceiro ou parceira desse alguém, é possível que o denunciante seja mais culpado quanto aos erros havidos, de vez que, para saber tanto acerca da pessoa apontada ao escárnio público, terá compartilhado das mesmas experiências.
Em todos os desafios e problemas do sexo, cultive a misericórdia para com os outros, recordando que, nos domínios do apoio pela compreensão, se hoje é o seu dia de dar, é possível que amanhã seja o seu dia de receber.

Espirito André Luiz
Médium Francisco C. Xavier
Livro "Sinal Verde"

                         "Forças do Ser" pelo Grupo BEM


O CÂNTICO DA IMORTALIDADE


Vivemos...
E até então, a vida tem se me apresentado como uma verdadeira benção.
Não porque esteja isento de dores e dificuldades... mas por, desde menino, tenho vivenciado experiencias que me comprovam a grandeza da existência. 
Nas oportunidades de verificar os valores da dignidade, da compaixão, da bondade, da fé...
E nos lances de luz, que vem nos revelando a Imortalidade do ser.
Recordando da infância, me vem a tela do pensamento as inúmeras pessoas que vinham ao nosso lar, em busca das preces e imposições das mãos que meu pai realizava. 
Quantos corações sofridos... quantas lagrimas... mas acima disso, a presença vibrante da fé e do carinho que envolvia aquelas pessoas. A luz do Evangelho Segundo o Espiritismo, meu pai exortava a Bondade de Deus e a grandeza da Vida que jamais acaba.
Realizava comoventes preces, impunha as mãos, revivendo aqueles quadros tão belos do Evangelho do Cristo, e as pessoas saiam revigoradas e fortalecidas.
E sempre presente as exortações de meu pai, estava a afirmação da presença dos seres espirituais, criaturas benevolentes, homens e mulheres que vivenciaram as experiencias materiais, como todos nós, e prosseguiam vivendo além tumulo, amando e amparando os que aqui continuam em sua jornada terrena.
Quantas e quantas vezes, nos socorreram em nossas necessidades de consolo e esperança, esses seres luminosos, nos comprovando que acima das aflições, brilha a Vida vencendo a morte. Nada diferente da bela imagem da Ressurreição do Cristo, nos estimulando o coração a prosseguir perante os dissabores e problemas, cientes que nada pode destruir-nos.
O Espiritismo, nada mais vem realizar que nos recordar esses princípios celestes que regem a humanidade. Traz-nos de volta o Cristianismo naquela pureza singela, que enchia de coragem o intimo dos mártires, que seguiam cantando aos circos das ignominias da antiga Roma, dando o testemunho do perdão e da fé viva.
Os fatos espiritas sempre existiram... mas na atualidade, o homem é chamado a compreende-los, saindo do misticismo e fantasias, para a realidade mais profunda do ser. 
Não morremos e são exatamente os que partiram antes de nós que vem dar seu testemunho, ao longo de toda historia humana.
Relendo o belo exemplar do escritor francês Léon Denis, "Os Espíritos e os Médiuns", no capitulo 2, chamado "Os Fenômenos Espiritas", nos deparamos com belo exemplo do que falamos:

Mais recentemente, o pastor Wynn, que goza de certo renome como pregador na Inglaterra, publicou um pequeno volume, muito substancioso, em que relata toda uma série de fenômenos comprobatórios da sobrevivência de seu filho Ruperto. 
Este jovem, caído gloriosamente nas linhas inglesas, durante o Grande Cataclismo, manifestou-se de diferentes maneiras, por vários médiuns que não o conheciam, nem a seu pai, em condições notáveis de autenticidade. 
O Sr. Wynn, que a princípio era cético com respeito ao Espiritismo, chegou a reconhecer a sua validade, aderindo a ele publicamente. 
Em continuação, reproduzimos um dos fatos assinalados em sua obra  Ruperto Vive
O autor se expressa assim: 
“Uma noite do mês de julho de 1918, subi a um vagão de terceira classe, na estação de Marylebene (bairro de Londres) para ir a Chesham. No fundo do compartimento se achavam sentadas duas senhoras, uma de frente para outra. Pus-me a ler meu diário The Evening Standard. Quando o trem se aproximava de Harrow, ouvi que uma das senhoras dizia a sua acompanhante: 
– Permita-me, sou espírita e médium; suponho que a senhora não terá medo, mas sua mãe está sentada ao seu lado. Ela me disse que passou para o Além recentemente, e me roga que lhe transmita algo. 
Não esquecerei nunca a expressão da senhora a quem se dirigiam essas palavras inquietantes. Ficou pálida. Sem dúvida despertaram-lhe todos os seus preconceitos religiosos e, com uma disposição de espírito anticientífica, murmurou: 
– Mas, eu não creio no Espiritismo. É contrário a meus princípios. Por outra parte, eu não a conheço e a senhora não conhece a mim. Como sabe a senhora que minha mãe morreu?
– Eu sei que sua mãe passou para o Além, porque ela mesma me disse, respondeu a outra. Está sentada a seu lado e, além disso, falou que a senhora se chama Gracia. (Aqui a informou de uma comunicação pessoal que fez a cética senhora trocar imediatamente de idéia. É-me impossível, por seu caráter particular, publicar essa comunicação, ainda que seja parte dessa assombrosa revelação). 
Voltando-se para mim, a médium disse: 
– Creio conhecê-lo. É o senhor Wynn, de Chesham, verdade? Seu filho Ruperto veio outra noite a uma de minhas reuniões e me rogou que lhe pedisse para ter uma sessão com meu marido e comigo, em sua biblioteca, e que permitisse a meu marido fotografá-lo. 
A senhora me falava tranquilamente, e de um modo muito natural, como se estivesse me oferecendo uma taça de chocolate. 
– Senhora, disse-lhe, tanto minha esposa quanto eu teremos muito gosto em recebê-la. 
A senhora Rice – assim se chamava a médium, – veio a Chesham com seu marido. Sentamo-nos em minha biblioteca. Essa senhora, que vive em Nara, Northwood, Middlesex, nunca havia estado em nossa casa. Eu não lhe havia dito nada de Ruperto, e tinha preparado certas perguntas para pôr à prova sua clarividência. 
Fazia só alguns minutos que se havia sentado quando se manifestou W. T. Stead. Era o aspecto, os
trejeitos, a voz do grande periodista, que me deu provas de sua identidade verdadeiramente incontestáveis. 
Depois veio Ruperto, falando com o seu tom familiar habitual. Respondendo às minhas perguntas, mostrou o lugar da casa onde dormia, a gaveta onde colocava suas cartas. Falou da gata que uma vez trouxe do campo, pequenina, suja e meio morta, disse-nos o nome dela, a cor do pêlo, e deu uma porção de detalhes de nossa vida íntima que a médium não podia conhecer de maneira nenhuma.
Depois, obtivemos a fotografia de Ruperto, de forma tal que os peritos fotógrafos, a quem ela foi mostrada, afirmaram-me que seria impossível, com todos os seus recursos, obter um resultado semelhante. Todos os membros da família e amigos de meu filho o reconheceram imediatamente.” 
Como conclusão, o pastor Wynn declara: 
“Antes eu acreditava na sobrevivência, só pelo ato da fé; hoje, creio nela porque sei que é certa.” 
Com respeito às suas convicções religiosas, acrescenta: 
“Estas investigações tiveram como resultado fortificar minha crença em Cristo e nos ensinamentos do Novo Testamento. Hoje compreendo centenas de coisas da Bíblia que antes não podia compreender.”

E assim prossegue o Cântico da Imortalidade proferido por Jesus, até nossos dias, a fim que tenhamos consciência que a Vida é Imbatível e que aqueles que partiram antes de nós pelo fenômeno da morte, não deixaram de existir, e seguem nos enviando suas vibrações de amor e ternura, pois que nossos laços são eternos!

"O Homem" na voz de Elizabete Lacerda

quinta-feira, 23 de junho de 2016

DIFERENÇAS E ALTERIDADE - UM OLHAR AMOROSO



Uma gata mimosa, bela e delicada, era, para seu dono, a coisa mais amada que havia neste mundo.
E o homem, desvairado e inconsequente, amava perdidamente essa gata além dos limites do que é normal. Um dia ergueu os braços ao céu e, em prece, implorando aos deuses auxílio, fez promessas, orações e magias. Tanto fez até que conseguiu dos deuses que aquele felino se transformasse em mulher: uma dama lindíssima, uma bela mulher, como convinha a todo homem.
Cego de amor casou-se com ela. Homem apaixonado, marido carinhoso, ele a adulava, embevecido pela beleza daquela, cuja origem felina ele havia esquecido completamente. Para o homem, ela era uma mulher igual a todas as outras.
Numa noite, porém, alguns camundongos entraram no quarto conjugal. A mulher sentiu a presença deles e, seguindo seus instintos de gata, começou a caçá-los. Arqueada e ofegante, ela se atirou sobre os ratos, que escapam por um triz.

Ela não conseguiu da primeira vez, mas, na noite seguinte, com os sentidos mais aguçados pela experiência da véspera, assim que os camundongos apareceram, saltou do leito e, em posição felina, arremessou-se sobre eles e os apanhou.
Depois de conservar por muito tempo um licor, o vaso continua a guardar seu odor. Não perde o pano a antiga dobra, por mais que se tente esticá-lo: passado um tempo, ele recobra.
O natural não sofre abalo quando escondido. Só descansa. Subitamente, entra na dança, e não há como refreá-lo, nem a bastão, espada ou lança. Fecha-se a porta com tramela, e ei-lo que sai pela janela. ("A gata metamorfoseada" - Fabulas de La Fontaine)

Semelhantes ao dono da gata, existem muitos homens que querem mudar a qualquer preço a natureza das coisas. Esquecem-se de que cada ser dá o que possui, vive da maneira que quer, compreende a vida do jeito que a percebe.
Ao tratar de vocações, tendências e disposições inatas, todos temos características e necessidades próprias de "ser como somos" e de "estar onde e com quem quisermos", seja na vida pessoal, seja na social.

Cada criatura deve auscultar a verdade que está em seu âmago, pois é aí que habita a fonte de sabedoria que nos leva a viver em paz com a nossa natureza e, igualmente, com a dos outros.
Quando não percebemos a Natureza em toda a sua imensa biodiversidade de criações e criaturas - uma verdadeira "vitrine" de multiplicidade de seres diferentes -, não alcançamos a realidade da vida íntima e aí podemos ser corrompidos por caprichos, preconceitos, expectativas, obstinações e devaneios.
Jamais devemos permitir que os delírios alheios nos induzam a um modo de viver que não condiz com nossos reais atributos naturais ou motivações internas; nem que eles criem em nós "scripts" de como deveríamos ser e como nos comportar; nem mesmo do que falaríamos para essa ou aquela pessoa, nesta ou naquela situação.

Alteridade é diferença e, nas relações, diz-se que é a capacidade de colocar-se no lugar do outro, ou, nas palavras de Frei Beto, é “ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença. Quanto menos alteridade existe nas relações pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem. A nossa tendência é colonizar o outro, a partir do princípio de que eu sei e ensino para ele – ‘ele não sabe; eu sei melhor e sei mais do que ele”. É sobre esse “colonizar o outro” que podemos pensar. Para muitas pessoas é realmente difícil a percepção de um outro modo de ser e de executar tarefas. Existe assim a tendência de absolutizar o modo pessoal de ser, pensando ser este o único e correto modo de encarar o mundo e lidar com as situações.

Toda forma de totalidade é violência”, diz Emmanuel Levinas (Filósofo francês), ou seja, toda vez que desejamos colonizar o outro por meio da imposição de regras e pensamentos que são nossos e maneiras de fazer as coisas estamos praticando uma atitude de violação com respeito a esse outro. E é costume nosso agirmos desse modo, quando, na verdade, podemos mostrar a esse outro uma nova perspectiva sobre a vida, uma maneira diferente de agir em relação a ela, por meio do carinho, do amor e até mesmo da presença atenta e ouvinte. Permitir que esse outro exponha o que pensa sobre a
vida e deixar que ele aja à seu modo é realizar o respeito à sua dignidade, à sua alteridade, assim como temos a nossa. Ora, não foi assim que agiu Jesus? Ele foi alguém que esteve cercado da maior diversidade imaginável e das “alteridades” mais curiosas possíveis.

A reflexão sobre a alteridade deve permear casamentos, relações pais e filhos, relações de amizade e até mesmo relações de trabalho. O outro que nos cerca é alguém diferente de nós em tudo: em sensações com o mundo externo (tato, olfato, paladar, audição e visão), em sensibilidade, no modo de perceber as coisas, etc. e não um objeto ao qual podemos impor formas de pensar, de fazer coisas e de ver a vida. Chico Xavier, em sua ternura e compreensão do ser humano, tinha o habito de dizer que Deus não dá cópias na criação. Podemos auxiliar na mudança de pessoas, mas somente se essas nos solicitarem e se percebermos nelas a abertura para tal e não porque nós tenhamos nos incomodados com a alteridade das mesmas.
A alteridade nos conduz a compreender a presença de Deus no outro a partir da mudança de nosso olhar para esse que é tão diverso do “eu”. Deus deve ser a imagem vista no rosto do outro, isso, de tal modo que olhando para ele sejamos conduzidos a servi-lo, compreendê-lo e acolhe-lo em amor.

PENSAMENTO E SAÚDE


Mente sã, corpo são.
Possivelmente, nunca antes fez tanto sentido o provérbio popular, derivado de antigo poema romano.
Estudos e mais estudos têm sido produzidos, ligando a qualidade de nossos pensamentos à saúde do corpo físico.
Nunca se falou tanto em somatização.
As ciências tradicionais ocidentais finalmente encontraram na alma humana a fonte da saúde e da doença.
Pensamento e saúde são termos da mesma equação da vida.
Não existem doenças, mas sim doentes. O pensamento em desequilíbrio, a alma enferma e desestabilizada, produz no organismo o desajuste das células.
Em contrapartida, a mente sã, povoada de pensamentos de alegria, cooperação e amor, gera naturalmente, no corpo físico, a harmonia celular, produzindo saúde em abundância.
Vejamos alguns exemplos: a ansiedade estimula a secreção de adrenalina, que sobrecarrega o sistema nervoso e o descontrola; o pessimismo perturba o aparelho digestivo e produz distúrbios gerais; o medo e a revolta são agentes de úlceras gástricas e duodenais de curso largo; da mesma forma, a tranquilidade, o otimismo, a coragem são estimulantes que trabalham pela harmonia emocional e orgânica, produzindo salutares efeitos na vida.

O homem se torna o que pensa, portanto, o que quer.
Os pensamentos emitidos atraem ou sintonizam outros semelhantes, nas mesmas faixas de ondas mentais por onde transitam as aspirações e os estados psíquicos de toda a Humanidade.
Adicionados a esses, temos as mentes dos desencarnados que se intercomunicam com os homens, vibrando nos climas que lhes são afins.
Assim, levando tudo isso em conta, é importante que nos acostumemos a pensar de forma edificante.
Assumamos uma postura vitoriosa. Atraiamos pensamentos salutares.
O cérebro é antena que emite vibrações e as capta incessantemente.
Irradiemos a ideia do bem, do progresso, da paz, e captaremos, por sintonia, equivalentes estímulos para o nosso bem.

Quem pensa em derrota, já perdeu uma parte da luta por empreender. Quem cultiva o insucesso, dificilmente enfrentará os desafios para a vitória.
A cada momento, adicionemos experiências novas às nossas conquistas. A todo instante, pensemos corretamente e somaremos força psíquica para o êxito de nossa encarnação.

Bem pensar é a elevada forma de viver.

Alegria é saúde.

Podemos diariamente exercitar a substituição de maus por bons pensamentos, mudando os hábitos mentais, modificando as preferências e escolhas de leituras, notícias, artes e informações com as quais temos contato constante.
Só se pode atirar fora o lixo mental que acumulamos desequilibradamente nesses tempos, através de novos hábitos, da busca de novas fontes de sabedoria.
Orai e vigiai. - A nobre expressão cristã aplica-se com perfeição neste caso.
A oração eleva os pensamentos, fazendo-os entrar em contato com questões mais nobres e profundas da vida.

A vigilância faz-nos cuidar daquilo que anda em nossa mente, das cores impressas em nossos muitos pensares diários.

A qualidade de nossos pensamentos determina a saúde de nosso corpo físico.

Pensamento Positivo - Vansan

quarta-feira, 22 de junho de 2016

LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER - HISTORIA DE UM SONETO


Por Ramiro Gama

Em 1931 desencarnara um amigo do Chico, em Pedro Leopoldo.
Cavalheiro digno, católico muito distinto e pai de família exemplar.
O Médium acompanha o enterro.
Na cidade, da igreja ao cemitério, é longo o percurso.
Um padre presente abeira-se do rapaz e pergunta:
— Então, Chico, dizem que você anda recebendo mensagens do outro mundo…
— É verdade, reverendo. Sinto que alguém me ocupa o braço e se serve de mim para escrever…
— Tome cuidado. Lembre-se de que o Espírito das Trevas tem grande poder para o mal.
— Entretanto, padre, os espíritos que se comunicam somente nos ensinam o bem.
O sacerdote retirou um papel em branco da intimidade de um livro que sobraçava e convidou:
— Bem, Chico, estamos no cemitério, acompanhando um amigo morto… Tente alguma coisa.
Vejamos se há aqui algum espírito desejando escrever.
Chico recebe o papel e concentra-se.
Em poucos instantes, sente o braço tomado pela força espiritual e psicografa a poesia aqui transcrita:


ADEUS
O sino plange em terna suavidade,
No ambiente balsâmico da igreja,
Entre as naves, no altar, em tudo adeja
O perfume dos goivos da saudade.
Geme a viuvez, lamenta-se a orfandade;
E a alma que regressou do exílio beija
A luz que resplandece, que viceja,
Na catedral azul da imensidade…
Adeus, Terra das minhas desventuras…
Adeus, amados meus… – diz nas alturas…
A alma liberta, o azul do céu singrando…
Adeus… – choram as rosas desfolhadas,
Adeus… – clamam as vozes desoladas
De quem ficou no exílio soluçando…
Auta de Souza, poetisa
Este soneto foi incorporado ao livro “Parnaso de Além-Túmulo”.

terça-feira, 21 de junho de 2016

O MÉDICO E O FISCAL



— Se possível, acelere um pouco a marcha.
Era o abnegado médico espírita, Dr. Militão Pacheco, que rogava ao amigo que o conduzia por gentileza.
E acrescentava:
— O caso é crupe.
O companheiro ao volante aumentou a velocidade, mas, daí a momentos, um fiscal apitou.
O carro atendeu com dificuldade e, talvez por isso, a motocicleta do guarda sofreu pequeno choque sem conseqüências.
O policial, porém, não estava num dia feliz e o Dr. Pacheco com o amigo receberam uma saraivada de palavrões.
Notando que não reagiam, o funcionário fez-se mais duro e declarou que não se conformava apenas com a multa.
Os infratores estavam detidos.
O Dr. Pacheco deu-lhe razão e informou que realmente seguiam com pressa para socorrer um menino sem recursos, rogando, humilde, para que a entrevista com a autoridade superior fosse adiada.
— Se o senhor é médico — disse o interlocutor, com ironia —, deve proceder disciplinadamente, sem sair do regulamento. Para ser franco, se eu pudesse, meteria os dois, agora, no xadrez.
Embora o amigo estivesse rubro de indignação, o Dr. Pacheco, benevolente, fez uma proposta.
O guarda deixaria, por alguns instantes, o veículo, e seguiria com eles no carro, mantendo vigilância. Depois do socorro ao doentinho, segui-lo-iam para onde quisesse.
Havia tanta humildade na súplica, que o fiscal concordou, conquanto repetisse asperamente os insultos.
— Aceito — exclamou —, e verificarei por mim mesmo. Ando saturado de vigaristas. E creio que, se
estão agindo com mentira, hoje dormirão no Distrito.
A motocicleta foi confiada a um colega de serviço e o homem entrou, seguindo em silêncio.
Rua aqui, esquina acolá, dentro em pouco o carro atingiu modesta residência na Lapa, em S. Paulo. Os três entram por grande portão e caminham até encontrar esburacado casebre nos fundos.
Mas, ao ver o menino torturado de aflição nos braços de infeliz mulher, o bravo fiscal, com grande assombro dos circunstantes, ficou pálido e com os olhos rasos de água.
O petiz agonizante e a jovem senhora sem recursos eram seu próprio filhinho e a sua própria esposa que ele havia abandonado dois anos antes...

Espirito Hilário Silva
Médium Francisco Cândido Xavier
Livro "Almas em Desfile"

DESESPERADA ESPERANÇA


Dra. Elizabeth Kübler-Ross realizou um trabalho belíssimo com pacientes terminais.
Seu livro “Sobre a morte e o morrer”, já foi traduzido para dezenas de idiomas e recebeu inúmeros
prêmios.
Em certo trecho da obra nos fala da esperança de seus pacientes e familiares:
“Ouvindo nossos pacientes em fase terminal, o que sempre nos impressionou foi que até mesmo os mais conformados, os mais realistas, deixavam sempre aberta a possibilidade de alguma cura; de que fosse descoberto um novo produto, ou de que tivesse ‘êxito um projeto recente de pesquisa’.

O que os sustenta através dos dias, das semanas ou dos meses de sofrimento é este tipo de esperança.
É a sensação de que tudo deve ter algum sentido, que pode compensar, caso suportem por mais algum tempo.
Não importa que nome tenha, descobrimos que todos os nossos pacientes conservaram essa sensação que serviu de conforto em ocasiões especialmente difíceis.
Vimos que os conflitos relacionados à esperança provinham de duas fontes principais.
A primeira, e mais dolorosa, era a substituição da esperança pela desesperança, tanto por parte da equipe hospitalar, quanto por parte da família, quando a esperança ainda era fundamental para o paciente.

A segunda fonte de angústia provinha da incapacidade da família para aceitar o estágio final de um paciente.
Agarravam-se à esperança com unhas e dentes, quando o próprio paciente já se preparava para morrer, mas sentia que a família não era capaz de aceitar este fato.”
Os pontos levantados pela estudiosa são fundamentais para o bom entendimento da esperança, e da compreensão do fenômeno da morte.

Esta sensação de que “tudo deve ter algum sentido” não é vã.
É, com certeza, o Espírito tendo acesso, mesmo que inconscientemente, aos planos maiores para sua existência, e à necessidade que carrega de passar por tal provação.

“Todo sofrimento tem uma causa.” – eis a proposição budista.
“Toda causa que não se encontra nesta vida, certamente estará numa existência anterior.” – eis a proposta espírita.

Todo sofrer tem caráter educativo, sendo de causa atual ou pretérita.
Por isso, o entendimento de que a dor sempre terá algum sentido, e de que o bem-passar por ela nos trará recompensa futura, faz-se indispensável para que não deixemos que a desesperança encontre guarida em nosso íntimo.
O “reino dos céus” prometido aos aflitos, na certeza feliz do Cristo, está na harmonia interior, nos aprendizados alcançados.
Na fé, na paciência, na resignação aprendidos através da tutela temporária da dor.

Tal consciência deve ser alcançada também pelos que ficam, pois esses são convidados a desenvolver o desapego, o altruísmo, e igualmente a fé.
Pensar no bem do outro, antes de pensar na dor da falta, da saudade, é lição clara proclamada pela desencarnação.
A morte é professora brilhante. Ensina quem vai, ensina quem fica.

A esperança é bálsamo doce, que aromatiza e prepara a alma dos que estão nos portões de partida. Dos que partem já, e dos que partirão mais tarde.

“O sol formou um veio de ouro.
Tão gracioso que meu corpo dói.
Acima, o céu brilha num azul intenso.
Convicto, sorri por algum engano.
O mundo cobre-se de flores, e parece sorrir.
Quero voar, mas para onde, a que altura?
Se as coisas podem florescer por entre arames farpados, por que não eu?
Não morrerei!”

(Com base no cap. VIII do livro Sobre a morte e o morrer, de Elizabeth Kübler-Ross, ed. Martins Fontes e poema de autor desconhecido)

segunda-feira, 20 de junho de 2016

REENCARNAÇÃO - AS GÊMEAS POLLOCK

Ian Stevenson, doutor em medicina e professor universitário de psiquiatria canadense, estudou mais de 3 mil casos de crianças que pareciam se lembrar de vidas passadas.

Um dos mais significativos foi o das gêmeas Pollock. O dia 5 de maio de 1957 amanheceu com um sol esplêndido em Whitley-Bay, no Reino Unido, às margens do Mar do Norte. Como todos os domingos, as famílias locais se dirigiam apressadas à igreja, para celebrar a missa. As duas pequenas filhas da família Pollock, Joanna e Jacqueline, de 11 e seis anos, respectivamente, foram antes de seus pais para garantir um lugar. 

Quando dobravam uma esquina, uma carruagem com cavalos desenfreados as atropelou, matando-as instantaneamente. Seus corpos ficaram praticamente destruídos, assim como o coração de seus pais ao receber a trágica notícia. Mas eles não sabiam que o destino traria um dos casos mais estranhos de que já se houve notícia. 

Mais de um ano após o acidente, os Pollock voltaram a ter filhos, dessa vez, as gêmeas Gillian e Jennifer, nascidas em 4 de outubro de 1958. Quando tinham somente três anos, as pequenas começaram a falar e, então, seus pais notaram que acontecia algo estranho. Incrivelmente, elas eram capazes de lembrar eventos passados da vida de suas irmãs, falecidas em 1957. 

Elas mostravam conhecer à perfeição cada canto da casa e as pessoas da cidade. E também praticavam hábitos e costumes idênticos aos de suas irmãs e, inclusive, falavam do mesmo jeito. Embora fossem gêmeas, uma parecia ser maior e protegia a outra, que aceitava o papel de irmã menor. 

Enquanto Gillian recordava a vida de sua irmã Joanna, morta aos 11 anos, Jennifer recordava a de Jacqueline, de seis. As gêmeas, conforme cresciam, começaram a pedir brinquedos que não eram delas, mas sim pertencentes às irmãs falecidas. Em alguns casos, perguntavam de brinquedos que já tinham sido doados, e que elas nem tinham conhecimento prévio. Elas conheciam as brincadeiras de suas irmãs e colocavam nas bonecas exatamente os mesmos nomes. Quando as meninas gêmeas receberam duas bonecas que tinham pertencido à Jacqueline e Joanna ambas disseram “Essa é a Mary e essa é a Susan”. A família, chocada se entreolhou. Aqueles eram os mesmos nomes que as filhas mortas haviam batizado suas bonecas. Houve uma vez em que seus pais as ouviram falar do acidente, descrevendo sensações e a lembrança do sangue saindo de suas bocas. Além disso, demonstravam uma fobia a veículos que passavam pela rua. 


Algum tempo depois, a família se mudou para outra cidade, mas num dia, ao retornar para visitar o lugar, uma das gêmeas disse: “A escola é por aqui. É aqui que nós costumávamos ir para o parquinho, que fica ali na parte de trás”.

O parque em questão e a escola, estavam mesmo no lugar indicado, mas era um local onde elas nunca estiveram antes (mas suas irmãs falecidas tinham ido).
Entretanto, precisamente aos cinco anos, idade em que os cientistas coincidem em apontar um limiar para a recordação de vidas passadas, as pequenas deixaram de experimentar esses comportamentos estranhos. O caso teve tanto impacto que foi publicado no livro European Cases of the Reincarnation Type

O LIVRO DOS ESPÍRITOS - 2º PARTE, CAP. 4 PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS
166. A alma que não atingiu a perfeição durante a vida corpórea como acaba de depurar-se?
 — Submetendo-se à prova de uma nova existência.
 166 – a) Como ela realiza essa nova existência? Pela sua transformação como Espírito?
 — Ao se depurar, a alma sofre sem dúvida uma transformação, mas para isso necessita da prova da vida corpórea.
 166 – b) A alma tem muitas existências corpóreas?
 — Sim, todos nós temos muitas existências. Os que dizem o contrário querem manter-vos na ignorância em que eles mesmos se encontram; esse é o seu desejo.
 166 – c) Parece resultar, desse princípio, que após ter deixado o corpo a alma toma outro. Dito de outra maneira, que ela se reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender?
 — É evidente.
  167. Qual a finalidade da reencarnação?
 — Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça?

sábado, 18 de junho de 2016

A FONTE DA VIDA



"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida"
Assim profere o livro de Provérbios, na Bíblia.
Essa citação nos revela grande verdade.
O Cristo proferiu que nem só de pão vive o homem...
E com acerto observamos isso todos os dias.
Quantos aflitos da alma... quantos seres angustiados e desesperados...
Quantos homens de cofres abarrotados, mas famintos de paz, de serenidade...
Por mais que esteja de estomago farto, não faltam pessoas com o intimo faminto de conforto, de carinho.
O coração, representando a sede dos sentimentos, roga atenção.
Hoje, estamos na época dos super avanços da inteligencia.
Mas ao mesmo tempo, do desvalor e queda dos sentimentos.
Não é sem razão que a depressão foi considerada a doença do século.
Desnutridos em nossas forças interiores, não encontramos energia para enfrentar os desafios do mundo.
O orgulho e o egoismo são nos apresentados pelos Espíritos Superiores como a fonte de todos os males que o homem enfrenta. E nisso, podemos colocar uma variedade de enfermidades físicas e psíquicas, geradas pelo descaso com nosso mundo emocional.
Veremos no exemplo de vida da Santa de Calcutá o encontro desta verdade.
No livro "Vem, sê a minha luz", ed. Aletheia, Madre Teresa faz o relato:

"Recentemente, um homem veio ter comigo na rua e perguntou-me: "A senhora é a Madre Teresa?” Eu respondi: “Sou.” Então ele disse-me: “Por favor, mande alguém a minha casa. A minha mulher está meia louca e estou meio cego. Mas ansiamos ambos por ouvir o som amável de uma voz humana.” Eram gente abastada. Tinham uma casa com tudo. Mas estavam a morrer de solidão, estavam a morrer por ouvir uma voz humana. 
Como é que sabemos que ao lado da nossa casa não vive alguém assim? Sabemos quem são as pessoas, onde estão elas? Vamos à procura delas e, quando as encontrarmos, amemo-las. Depois quando as amarmos havemos de as servir. 
Deus continua hoje a amar tanto o mundo que entrega cada um de nós para amarmos o mundo, para sermos o amor Dele, a compaixão Dele. É um pensamento tão belo para nós - e é uma convicção - de que nós podemos ser esse amor e essa compaixão. 
Sabemos quem são os nossos pobres? Conhecemos os nossos vizinhos, os pobres da nossa área de residência? É fácil falarmos sem cessar sobre os pobres de outros locais. Muitas vezes, temos os que sofrem, temos os que estão sozinhos, temos as pessoas velhas, indesejadas, sentindo-se profundamente infelizes - que estão perto de nós e nós nem sequer as conhecemos. Nem sequer temos tempo para lhes sorrir. 
A tuberculose e o cancro não [são] grandes doenças. A meu ver, doença muito maior é não ser querido, não ser amado. A dor que estas pessoas sofrem é muito difícil de compreender, de penetrar. Parece-me que é por essa dor que a nossa gente está a passar em todo o mundo, em todas as famílias, em todas as
casas.
 
Este sofrimento repete-se em cada homem, em cada mulher e criança. Parece-me que Cristo está novamente a sofrer a Sua Paixão. E temos de ser nós a ajudar essas pessoas - temos de ser Verônica, temos de ser Simão para eles. 
Os nossos pobres são gente fantástica, gente muito amável. Não precisam da nossa piedade nem da nossa compaixão. Precisam da nossa compreensão do nosso amor e precisam do nosso respeito. Nós precisamos de dizer aos pobres que eles são alguém para nós, que também eles foram criados, pela mesma mão amorosa de Deus, para amarem e serem amados."

Essa constatação também não esta longe de nós. 
Se abrirmos nossos olhos veremos em toda parte alguém a necessitar de um gesto de ternura de nossa parte... um pequeno raio de luz que diminua a escuridão de seus caminhos.
Nisto acabaremos por nos imunizar dos males que, por ventura, nos atormentem.
A época de crises que atravessamos, nos chama de todas as formas a irmos de encontro a sabedoria do coração.
Como nos esclarece o Espirito Laura, na obra "Nosso Lar", Cap. 18, psicografada por Chico Xavier: "A prática do bem constitui simples dever. O homem encarnado saberá, mais tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal constituem sólidos alimentos para a vida em si". 
Sim, se quisermos viver e viver abundantemente, como Jesus nos convida em seu Evangelho de Amor, será necessário passarmos a nutrirmos uns aos outros com a mais pura fraternidade. 
Venceremos as aflições do caminho, seremos plenamente felizes... mas antes teremos de passar a optar pelos caminhos do coração!